Cooperativismo, solução eficiente
Darci de Matos *
Neste início de século o mundo convive com incertezas, crises e conflitos. Uma das ferramentas que pode ajudar a melhorar o ambiente social é a união de interesses em prol do bem comum, ou seja, o velho e tradicional cooperativismo. O ex-ministro da agricultura Roberto Rodrigues, embaixador especial da ONU para as cooperativas, dá a sua opinião: “O cooperativismo passa a ter no Terceiro Milênio, na segunda onda de sua história, uma função que transcende a tradicional função social e econômica, para ganhar uma nova dimensão de caráter político que é a defesa da democracia, o combate aos efeitos negativos da dubiedade econômica do liberalismo, tal como no século XIX combateu os efeitos negativos da Revolução industrial”.
Para o Brasil, que há quatro anos estamos envolvidos numa mistura de recessão com estagnação econômica, aprofundar o cooperativismo pode ser uma saída. Os números são gigantescos. São quase 7 mil cooperativas brasileiras, com 13 milhões de cooperados e que geram 372 mil empregos. São 51,6 milhões de pessoas beneficiadas pelo movimento cooperativista, um quarto do total da população. Quase metade da produção agrícola passa por alguma cooperativa. Em 564 municípios as cooperativas de crédito são a única instituição financeira disponível à população.
As cooperativas estão instaladas em todos os Estados brasileiros. O sul do país é onde o movimento está melhor organizado por conta da influência dos imigrantes, principalmente alemães e italianos, que trouxeram as suas experiências dos países de origem. Santa Catarina é um dos mais bem organizados: as 261 cooperativas tem um total de 1,2 milhão de cooperados, o equivalente a 20% da população. O Estado é modelo no cooperativismo que está presente em quase todas as atividades econômicas.
A cooperativa ajudou a impulsionar a economia dos pequenos e médios agricultores porque é uma associação de pessoas com interesses comuns, economicamente organizada de forma democrática, onde todos os cooperados têm os mesmos direitos e deveres e presta serviços sem fins lucrativos.
Neste momento em que a humanidade padece os horrores de uma crise criada por um modelo econômico baseado na exploração sem limites, é bom saber que há uma alternativa segura. E este caminho chama-se cooperativismo.